terça-feira, 22 de novembro de 2016

O adeus de Solitinho


Ontem faleceu o ex-goleiro Solitinho em São Paulo aos 56 anos. Ele ficou conhecido por fazer parte do elenco da Democracia Corintiana. Carlos Roberto Solito lutava contra um câncer e estava paraplégico havia alguns anos. Solitinho, assim como o irmão mais velho, Solito, tinha duas paixões em comum, o futebol e o rock. Em 2008, Solitinho enfrentou um time formado pelos integrantes do Iron Maiden em partida comemorativa em São Paulo. A equipe de Solitinho perdeu de 8 a 0. O ex-goleiro não se abateu com o placar elástico. ''Eles jogaram direitinho'', disse ele ao final da partida, feliz ao lado de seus ídolos.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Alçapão sem fundo


Após a morte do Reverendo Moon em 2012, era praticamente certo que seus dois clubes brasileiros, CENE-MS e Atlético de Sorocaba-SP iriam sofrer fortes problemas financeiros. O que ninguém esperava era o pedido de afastamento do futebol profissional de ambas as equipes em suas respectivas federações. Sun Myung Moon, foi fundador da Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial, conhecida como Igreja ou seita da Unificação. O investimento em futebol era uma forma de divulgar sua filosofia. Com a ajuda financeira de Moon, o CENE tornou-se um dos clubes mais vencedores do Mato Grosso do Sul no século XXI. O mesmo aconteceu com o Atlético de Sorocaba que já existia desde 1993, porém após as investidas do sul-coreano começou a despontar no futebol paulista. Saiu da Série A3 até a elite do Paulistão onde jogou por quatro temporadas (2004, 2005, 2013 e 2014), até voltar a se afundar na Série A3 e decidir ''sair de cena'', desfiliando-se da Federação Paulista de Futebol.

Inspirado em situações parecidas, resolvi criar uma infografia apresentando alguns clubes que conquistaram destaques regionais e até nacionais e que em sua maioria hoje estão de portas fechadas. Existem algumas exceções como a equipe do Goiânia que continua em atividade, mas há muitos anos não chega nem nas semifinais da segunda divisão goiana. O ''Galo Carijó'' já foi um dos clubes mais respeitados do Centro-Oeste, conquistou em sua história 14 títulos estaduais. Ano que vem o clube completará dez anos de seu último rebaixamento. Outro clube que continua existindo, porém em franca decadência é o Ipatinga-MG. Campeão Mineiro de 2005, semifinalista da Copa do Brasil em 2006 e presença frequente nas Séries A e B do Brasileirão, o clube despontava como a grande força do futebol do Vale do Aço. Hoje amarga mais uma queda, do Módulo II para a terceira divisão de Minas Gerais.



Como não esquecer de times como o Canoas (quando ainda se chamava Ulbra) que decidiu uma final de Gauchão contra o Internacional em 2004. A equipe foi vice-campeã, porém eliminou com facilidade o Grêmio na semifinal batendo por 3 a 1. Naquele mesmo ano, outra equipe gaúcha se destacava com a terceira colocação na Copa do Brasil, foi o 15 de Novembro da cidade de Campo Bom, hoje licenciado do futebol profissional. Aqui em Santa Catarina, o saudoso BEC - Blumenau Esporte Clube, tentou voltar aos gramados e fez uma campanha vergonhosa na segunda divisão em 2015. Esse ano, não figurou nem entre os poucos representantes da terceirona.


Quando criança, lembro-me muito das boas campanhas dos times do Norte do Paraná como Matsubara, União Bandeirante, que infelizmente fecharam as portas e do Grêmio Maringá (que ainda tenta retornar à elite do campeonato paranaense).
Do interior de São Paulo, vi o União São João de Araras surgir de forma modesta e transformar-se no primeiro clube-empresa do país. O time que revelou o lateral Roberto Carlos, conquistou dois títulos nacionais, a Série C em 1988 e a Série B em 1996. Participou de quatro edições do Brasileirão da Série A e foi por muito tempo um modelo de gestão para o nosso futebol. Ano passado, divulgou-se o triste anúncio que o União de Araras desativaria temporariamente seu departamento de futebol.


Infelizmente essa é a realidade do nosso futebol, os exemplos usados são de clubes tradicionais ou que por algum motivo ou outro já tiveram seus momentos de glória. Existiram centenas de outros que ficaram muito longe disso. Clubes que receberam muitos investimentos, mas fracassaram logo no início. Milhares de outros, que como os citados, desfiliam-se ou chegam a falência vítimas de crises financeiras, gestões amadoras, variáveis políticas, falta de planejamento e calendário ou empresários e dirigentes gananciosos que alugam o clube visando seu lucro pessoal. O universo futebolístico no nosso país é apaixonante, porém complexo e pantanoso de se encarar como negócio. O sucesso e o fracasso andam juntos e ocorrem muitas mudanças de ambientes. Se os clubes não se profissionalizarem e se adequarem a essas mudanças, certamente não sobreviverão a longo prazo.